quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

A Roda da Vida

Na próxima visita, Danilo entra na caverna e o mestre ALDBN o espera sem sua cadeira. Logo ao entrar ALDBN cumprimenta Danilo e pergunta como foram seus dias de reflexão. Danilo responde sorrindo que de fato foram reflexivos e muita coisa ainda deveria ser entendida.
O mestre sorri e fala para ele: "então vamos lá irmãozinho, vamos entender. Pergunte!" Danilo, com uma pergunta a certo tempo em sua mente, começa: "o senhor tanto disse a respeito do ciclo da vida citando-o como "roda da vida". Sei que para muitos de nós, por estarmos aqui, não sabemos de onde viemos ou para onde iremos, esta é uma dúvida que assola toda a humanidade cética e alguns religiosos parecem chutar o destino, bem como o caminho até este. Você poderia falar sobre todo este processo de viver, morrer, retornar etc.?"
E o mestre inicia: "vou começar lhe explicando algumas coisas e depois fazendo algumas perguntas e analogias. Mas, mesmo assim não deixe de saber que para tudo existem casos especiais. Imagine-se um grande, poderoso e muito bondoso rei. Visualize tudo que um grande reinado possui: uma corte, um tribunal, pessoas, trabalhares etc. Muitos deles não querem saber como tudo funciona ou do que é feito, eles querem somente continuar ali, realizar o que acham ser certo, o que acham que devem fazer, segundo as imposições em suas vidas, ou mesmo alimentar certos desejos e assim começar e terminar sua jornada ali."
"Pois bem meu irmãozinho, você, como rei, é muito bondoso e sábio, embora muito poderoso, se deparará com as mais diversas situações, pessoas e comportamentos. E aqui vou citar algumas para você me ajudar: um de seus trabalhadores, muito bom e muito fiel num descontrole agride e mata, após uma luta, outra pessoa. O filho de um de um conde violenta e mata a serva de sua mãe. Seu irmão, com problemas de locomoção, é um brilhante conselheiro e o ajuda muito. Um grande cavalheiro é impiedoso com seus adversários e inimigos. Um de seus monarcas, muito ganancioso, e não mede esforços ou conseqüências para se tornar mais poderoso e rico."
"Agora, decida você o que faria para consertá-los sem ser desonesto com ninguém e dar a todos uma nova chance. Lembre-se que você é bom e sabe que todos são seus amados, eles agem iludidos por algo que não é, nem será deles. Ali tem pessoas mais próximas do Pai, outras nem tanto. Tem pessoas ricas, outras pobres. Tem pessoas muito boas, outras nem tanto. Tem pessoas muito informadas e cientes outras ignorantes."
Danilo pensa, imaginando e associando tudo aquilo ao mundo atual e começa: "bom, sobre o bom trabalhador que matou outra pessoa: acho que seria necessário saber o quanto ele é "bom", talvez a vida dele tenha sido merecedora, mas num momento de fraqueza cometeu um ato ruim, ou mesmo a outra pessoa o acatou e ele somente se defendeu, ou mesmo a outra merecia. Quanto ao filho do conde eu teria menos misericórdia, o que ele fez foi muito ruim e deveria ser preso. Sobre o irmão do rei, talvez seja mesmo uma boa pessoa, mas não consigo entender porque ele nasceu com tal problema. O cavalheiro impiedoso poderia ser alguém melhor e aprender a ser bom, mas não poderia ser julgado como alguém comum, já que ele vive para aquilo. O monarca ganancioso precisaria aprender o valor (nulo) das coisas que tanto procura e eu ficaria muito atento às conseqüências de seus atos."
O mestre balançando sua cabeça para frente e para trás, sorri, entendendo a dificuldade e começa sua explicação para livrar Danilo daquele peso e responsabilidade: "primeiro meu irmãozinho, você não estaria sozinho. Você muito pouco poderia fazer sem auxílio, mesmo sendo o rei. Lembre-se de que você é quem você devido àqueles que o apóiam. Isso é o que verdadeiramente importa. E se estes, e logicamente você também, são pessoas divinas preocupadas simplesmente em fazer o bem e propagar o amor, pode ter certeza que você será alguém muito grande e dará às demais pessoas, que entendem a mensagem, o mesmo poder que lhe é atribuído para que elas o ajudem e assim ajudem a salvar os seres envolvidos.
"Com isso nós montamos uma grande, bonita e amorosa estrutura sedimentada na vontade de melhora de todos. Sabendo que é com amor que se conquista amor, começamos a nossa roda da vida, não com o objetivo de manter as pessoas nela e sim de tirá-las. Vou lhe explicar o porquê."
"Com a estrutura pronta, ela provavelmente será constituída de ótimos conselheiros, observadores, e julgadores. Todos estes são dotados do mais puro e sublime amor. Eles estarão com a missão de salvar e não condenar ninguém, e farão o máximo para trazer à tona tudo que de divino há naqueles que serão, por assim dizer, "julgados". O empenho deles se concentrará em planejar, transformar e preparar as pessoas para que, como numa balança, os sentimentos divinos como amor, bondade, compaixão e paz, se sobre-saiam aos demais sentimentos."
"Lembro ainda que estes são casos específicos, que embora sujeitos às leis universais, precisarão de uma observação especial. Para todos os demais seres, comuns, podemos classificar em 3 os tipos de fluxos de vida inteligentes que aqui neste plano estão fazendo uso da roupa carnal: resgatantes, caminhadores e auxiliadores."
"Acho que não precisarei falar precisamente de cada um destes para você, bem como lhe informar de raras exceções. Mas, nestes tempos, estes são os seres que você mais encontra aqui."
"Os resgatantes, são os que estão sujeitos às exceções dos demais, eles, infelizmente, ainda possuem alguma ligação com alguém ou algo aqui e por isso vêm para transformar esta ligação em amor incondicional. Os caminhadores pode-se entender por seres que possuem nenhuma, pouca ou fracas ligações com alguém ou algo. Estas, muitas vezes, são desfeitas no momento da passagem (período em que a roupa carnal pára de funcionar até o "acorde" do verdadeiro espírito). Eles estão aqui para algum resgate pequeno, acompanhar alguém ou somente crescerem evolutivamente. E os auxiliadores, como você já sabe, são aqueles seres que se destacam quanto aos demais. Normalmente eles possuem o apoio, companhia ou instrução de um ou mais seres, de um ou mais planos. O trabalho deles vai de conduzir seres durante a permanência neste plano, no desprendimento deste ou no desdobramento evolutivo ou magnético. Eles podem auxiliar pesquisas, inserir informações em raças, pessoas, culturas etc., podem defender causas ou linhas de pensamento. Podem ou não serem de muita evolução, mas possuem uma tarefa singular de uma importância incomensurável aqui."
"Sobre cada um destes assuntos podemos falar muito, mas por hora vou lhe deixar refletindo e meditando sobre tudo isso." E o mestre se despede naquele momento e Danilo volta ao seu quarto, já ansioso pela continuação da instrução.

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