segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Passagem, parte 1

Para melhor entendimento sugere-se as leituras abaixo:

            - Reencarnação 1, 2 e 3;

            - Vícios;

            - Entendendo a vida;

            - Justiça divina;

            - O Mal: um estado temporário.

 

            A muito tenho me perguntado como de fato é o caminho de volta. Ou seja, o que acontece quando morremos? Pelo que passaremos? O que devemos fazer? Essas perguntas me geraram inúmeras outras e as respostas que me encontrei me levaram a um busca ainda mais intensa. Afinal, não será superficialmente que seremos capazes de entender uma roda tão complexa.

            Meu erro estava em tentar entender tudo de uma vez, ou fazer perguntas que me levavam a entender um único ponto e isso não me permitia compreender o resto. Minhas perguntas a Danilo retornavam respostas aparentemente confusas, mas eu sabia que no momento, era eu quem não as entendia devido à complexidade.

            Segundo anos mais tarde pude compreender, procurarei, agora, falar da forma mais simples possível, tomando como referência um ponto que, para aqueles que já compreendem o clico re-encarnatório, seja possível compreender. Os fatos são que: existimos em vários planos, ou seja, estamos hoje aqui, no plano físico, ao morrermos retornaremos interinamente ao espiritual (sintetizando). De fato, o plano espiritual é nosso ponto comum, ou seja, nossa origem: nossa casa, onde somos aquilo que realmente somos. Vou explicar melhor isto antes de prosseguirmos.

Não podemos tomar como referência o que somos neste planeta (neste plano), nossa consciência ou como estamos manifestados aqui, leva características tanto físicas, quanto comportamentais. Nossa vida aqui é uma ligeira expressão a ser alterada de nosso verdadeiro Eu. Vamos procurar exemplificar: João da Silva: um espírito brincalhão com uma índole boa, existe a um longo tempo no plano astral. Por um motivo x (não falaremos deste motivo agora para não complicar), ele encarna novamente. Qual será sua personalidade no plano terrestre?

Muito provavelmente o espírito João da Silva, agora encarnado, dará lugar a um ser humano bem humorado e também brincalhão, assim como é sua essência.

Agora vamos supor que o espírito João da Silva deva vir ao plano terrestre para aprender a ser um espírito mais sério, mais centrado, sensato e calmo. Provavelmente (por razões que não falaremos agora) ele pode vir a encarnar numa família triste, ou numa casa que necessite da seriedade dele, a vida pode vir a lhe impor algumas dificuldades, lhe forçar uma concentração e responsabilidade. Tudo isso, uma vida inteira, para ensinar a seu verdadeiro Eu (espiritual) a ser sério, concentrado e sensato.

Ainda neste exemplo, o João poderá reparar que em suas projeções astrais, por mais que esteja submetido a uma vida terrena triste, pobre e sofrida, ele, até certo ponto, continuará sendo o espírito brincalhão, isso pode aparecer para ele como simples sonhos. Mas muitos sonhos são, verdadeiramente, uma manifestação aleatória de nossa real essência. Aqui, mais ainda se prova a frase: "enquanto dormimos, estamos verdadeiramente acordados. E acordados, estamos de fato sonhando."

Não somos exatamente o que achamos que somos. Como todos já puderam ver, somente quando entendemos o que realmente alguém passa quando sofre é que podemos compreender. Aprendemos a necessidade com a tristeza, com a dor. No exemplo acima, João da Silva, pode levar uma encarnação inteira para aprender a ser um espírito sério. Ou mesmo podem ser necessários somente alguns poucos anos de vida para tal. Assim como também, ele pode levar 30 encarnações até aprender. Tudo depende do comprometimento dele e as condições as quais ele vai sendo submetido ao longo de suas vidas.

É como dizem: "uma vida de pobreza pode ensinar muito a um rico como de fato é difícil, como existe outra realidade a ser superada, como existem pessoas boas ao redor para ajudar. E como a luxúria pode ser ruim para se desligar deste plano.

O exemplo do João é um simples, obviamente não é difícil imaginar uma gigantesca teia, entrelaçando vidas e relações.

Ainda me lembro de um simples exemplo em minha vida: eu sempre passava de carro por uma pequena rua e sempre que eu passava por este caminho havia pessoas atravessando correndo fora da faixa de pedestres. Eu ficava enfurecido, pois havia um semáforo a alguns metros de onde elas sempre atravessavam, também, um pouco atrás, uma passarela. Eu simplesmente não entendia por que elas preferiam arriscar a vida a que andar até o sinal ou subir a passarela. Certo dia, meu carro estava ruim e tive de ir de ônibus, ao descer do ponto de ônibus tive de atravessar uma pequena rua para chegar à calçada que dava no local de meu destino.

Atravessei correndo a pista e ao chegar do outro lado da rua, ao começar a andar observei um semáforo logo à frente. Parei e olhei para trás, vi a passarela. Fiquei pasmo. Ali pude entender uma gama de coisas, fatos e palavras.  Aprendi num simples ato que é vivendo, sofrendo ou sentido que aprendemos, isso não muda. Para vermos como funciona, precisamos estar lá, não basta imaginar. Jamais poderemos imaginar situações, jamais entenderemos uma necessidade, uma ação ou a reação de alguém até passarmos pela exata situação.

Voltei para casa feliz de meu entendimento, mas também ciente do quanto é necessário para se aprender, para ver como reagimos para saber descrever uma ação ou sentimento. Talvez, tenhamos mesmo passar por vários níveis, vários tipos de vidas em várias condições para aprendermos interinamente tudo que é necessário e montar um estado de espírito com evolução suficiente para continuar.

Na vida que conhecemos é preciso estar atento a sinais. É importante saber o que pode estar se manifestando a seu redor, tomar ciência de seu estado, personalidade ou se dedicar a desenvolver alguma habilidade para cumprir seu objetivo. De fato, infelizmente para alguns, é necessário muito tempo.

Nossa personalidade aqui, desde que nascemos, pode se resumir a uma simples equação: 25% da criação + 25% da origem espiritual + 50% da informação genética passada. E podemos levar mais de uma vida para aprender algo, consideravelmente simples. Aprendemos, no decorrer da vida, podemos alterar nossa forma de viver, pensar e agir, com isso mudamos também nossa natureza, nosso espírito e nossa personalidade verdadeira (o Eu espiritual).

No plano astral não existe mentira, não há o que esconder, pois você pode ser visto pelo que de fato você é. Vamos supor que você seja uma pessoa boa e a cor de uma pessoa boa seja por padrão azul, quando você desencarnar a cor de seu espírito será azul. Qualquer entidade que se aproxime de você poderá ver que você é uma pessoa boa, pois você vibra bondade.

Porém até mesmo bondade requer tempo e experiência para se adquirir em sua inviolabilidade, integridade, plenitude e força. Pensamentos positivos, luz, vibração boa, vontade para o bem comum, humildade, caridade, harmonia, amor incondicional, respeito e outros sentimentos e características afins requerem experiência, sofrimento e escolha.

Um ser humano que acaba de desencarnar passará por fases, aparentemente desconhecidas por ele, até que retorne a seu estado "infino", ou seja, o estado normal; como espírito, que ele já conhece e provavelmente já esteve por um tempo considerável. Vou tentar citar aqui em resumo deste período que todos nós passaremos, ocultando algumas variáveis e normatizando alguns nomes já usados por religiões.

Para definirmos um ponto de partida, vamos iniciar com um nascimento. Um espírito que está encarnando recebe seu corpo físico. Ele é recém entrado no corpo fisco, embora, como espírito ele saiba do processo encarnatório, como ser humano ele recebe o véu da amnésia espiritual. Véu este que o ajudará verdadeiramente querer fazer o que é certo, a perdoar o que precisa ser perdoado e esquecer tudo que passou, que sofreu ou que o fizeram sofrer.

            Porém, embora toda a vida terrena seja aparentemente nova para o ser humano, ocorre um registro na consciência espiritual do ser (consciência esta que será submetida ao julgamento cármico no desencarne), a gnose chama esta consciência que recebe estas informações de átomo permanente. Podemos dizer que ele é o registrador etérico da experiência em vida na terra e efetua um registro perfeito das vividas, pensadas e praticadas.

Toda a experiência vivida, desejos, emoções, crenças, essência e sentimentos passados na última vida serão colocados em júdice durante a passagem em sua fase inicial.

Logo depois da morte física ocorre a quebra do elo que prendia o espírito (ou alma) ao corpo físico. Porém determinas ligações cármicas e dármicas, efetuadas ao longo da vida ainda tendem a permanecer ativas por certo tempo, que pode variar muito (de minutos a anos). Estas ligações podem ser frutos de desconhecimento, de relações afetivas ou negativas, tendências, ambições, alimentação, desejos e outros. Voluntária ou involuntariamente, estas ligações precisarão ser quebradas para desacorrentar o espírito do corpo, processo comumente chamado de desmagnetização.

A idéia de céu e inferno pode ajudar na didática do entendimento. Podemos colocar, num nível simplificado, que nossa casa real é o céu. Para encarnarmos, ou descermos para a forma física, na Terra, entramos numa fila que nos levará a um elevador que desce, destinado à terra. Em nosso retorno, após a vida terrena, precisamos tomar um elevador diferente para subirmos. A idéia do inferno pode se aplicar a fatores complicadores criados pelo próprio espírito em sua caminhada de volta, caso, conseguir chegar ao elevador. No retorno normal, para chegarmos ao elevador de subida, precisamos atender a certos pré-requisitos e deixarmos certos apegos adquiridos para trás.

Infelizmente, ainda existem outros fatores relacionados que estão ligados ao desligamento da alma ao corpo. Fatores grandes e pequenos como: consciência de seu "novo" estado, vontade de prosseguir, desapego, liberdade química, mental, emocional e outros.

Fato é: pessoas com vícios, apegadas a pessoas ou materiais, descrentes, irritadas, desorientadas ou acostumadas a luxo terão grandes dificuldades de seguirem – retornar ao plano comum, o espiritual. O trabalho de preparação para o retorno (evolução) deve ser um trabalhado ao longo de anos antes da passagem, pois é necessário, fora a vontade de prosseguir, que os pré-requisitos para esta devem estar no ínfimo da pessoa, dentro de seu espírito e sua real vontade.

Para aqueles que ficam, sentimentos de tristeza, saudades e não aceitação à perda de um ente querido podem alimentar mais ainda a vontade do espírito recém desencarnado de permanecer. Em nossa atual raça, pouco as pessoas conhecem ou acreditam do que deve ser feito para conduzir aqueles que amamos ao caminho correto, falaremos mais disto posteriormente.

 Sentimentos de desejar o bem e felicidade daquele que está partindo, ou já partiu, deve estar acima da saudade e tristeza que o ente querido deixa. Vibrações de luz e desejo de evolução podem ajudar muito àqueles carentes de conhecimento ou que possuem muitas ligações a serem quebradas.

Em geral, avançadamente, após 7 dias é interessante que pensamentos, memórias, fotografias, dores e palavras a respeito do passageiro (ex-encarnado) deixem de acontecer. Isso fará com que nenhuma energia alimente mais certas ligações e também que o passageiro sinta-se "deslocado" forçando-o a seguir seu caminho de volta.

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