quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Passagem, parte 2

Certa vez, em conversa com Danilo, lhe perguntei sobre os rituais de despedidas que fazemos aqui no ocidente. Em suas respostas pude captar o quanto a vida aqui é pequena e representa apenas mais uma fase de uma longa jornada, assim como uma série numa escola. Aprendi que devemos analisar muito bem cada situação e o mundo o qual (tempo e espaço) nascemos. Aprendi o quanto é importante sempre nos despedimos daqueles que admiramos e amamos com carinho e afeto, assim evitamos arrependimentos numa partida repentina nossa ou destes entes queridos. Aprendi que se mantivermos nossa atenção em nossa própria evolução atentos vícios, apegos, desconhecimentos, carmas e outras mazelas evolutivas, temos a chance de efetuar uma passagem tranqüila.

Obviamente nem todos podem se dar ao luxo de se entregarem a uma vida de monge. Mas podemos, dentro de nossas limitações, aprendermos a doarmos um pouco de nós para o nosso próximo, para a vida em geral, para o planeta.  Praticarmos o amor incondicional, ter conhecimento que estamos aqui para mudar algo em nós que precisa ser mudado.

 Para mim, entender o processo da vida estando vivo era uma dificuldade enorme. Somente o fiz ao ser capaz de tomar outro ponto como referência, ou seja, se imaginando fora deste plano. Então, lhe sugiro passar a fazer o mesmo: ande na rua e imagine-se como um espírito, repare as pessoas, repare como elas agem e o que fazem, repare o quanto elas acham que a experiência de estar vivo aqui é única, tente ver o que elas fazem de errado, o que elas fazem de certo, repare os apegos delas, as dedicações que elas empregam.

Não demorará muito, com um leve conhecimento, você ser capaz de se transportar para uma realidade inédita, mas que lhe renderá muitos conhecimentos e até mesmo ajuda. Se insistir em aprender, notará que impulsos de aprendizado lhe serão estimulados, por meio de seu anjo, das pessoas ao seu redor, materiais etc.

Um bom conhecedor da vida, não precisa ser um santo, um monge, um curandeiro ou um mestre, precisa querer acertar, conhecer o certo, praticar o bem, mostrar e multiplicar o amor. Em breve você será capaz de ver a vida como os anjos ou auxiliadores vêm: como algo simples, como algo a ser vivido e aprendido. Isso lhe dará capacidades de entender a si próprio, a vida e tudo que ela envolve.

É muito triste ver o ciclo, aparentemente infinito, que vemos determinadas pessoas. Elas cometem e praticam sentimentos não elevados se condenando, uma vida após a outra. Alimentam suas avarezas, lúxurias, atrocidades e condenam a si próprias a retornarem nas mesmas condições decadentes que em outra vida subjugaram. "E o rico vem pobre e o pobre vem rico, até aprenderem..."

A linha de mensagem é simples, sempre foi. Você é aquilo que pensa, aquilo que faz. Sua vibração é composta pelo resultado do que você é para você, para os outros e tudo mais a seu redor. E ela (sua vibração), vai determinar para qual escala no plano astral, ou mesmo mental, você vai (ou não vai) depois de desencarnar. Mais uma vez simplificamos conceito de céu e inferno. Só que aqui, mesmo para aqueles bons, que foram enganados por religiões ou mesmo se apegaram tanto a este mundo, o outro lado pode parecer um inferno, uma vez que ele somente vê a realidade que quer ver.

Acredite ou não, por mais que pareça contraditório, um grande número de pessoas consegue evoluir neste planeta. Grande parte delas na dor, na necessidade. Pois é sentindo falta que você nota o quanto isto é importante, ou quando você precisa de algo que nota mãos dispostas a lhe ajudar ou se desapega. Fato é que, para muitos de nós, somos apesar gerentes de problemas nesta vida, mas mesmo isso não nos incapacita de crescermos evolutivamente.

Não podemos esperar ou acreditar em algo senão aquilo que nós mesmos possamos fazê-lo. Não espere cair um barco do céu para resgatá-lo em alto mar ao invés de começar a nadar; não aguarde melhores chances na sua vida para fazer algo bom; não espere alguém que você brigou bater à sua porta para lhe pedir perdão, vá, se desculpe antes. Pratique você, tente experimente, busque.

As mensagens de grandes mestres e messias eram claras: seja bom, perdõe, seja manso, seja pacífico, tenha misericórdia, aprenda, escute, veja, pratique o bem; não somente o fale ou pense.

Temer a passagem não deve ser maior que temer a vida que levou. Você pode mudar num segundo àquilo que levou toda uma vida. Faça enquanto é tempo, faça o que está a seu alcance, não precisa ir longe. Faça algo para seu espírito, para seus filhos, seus pais, seus irmãos, seus parentes, seus amigos, as pessoas, os animais, o mundo. Você tem um imenso número de oportunidades de fazer o bem, faça! Faça a diferença neste mundo. Melhore, cresça, evolua. Tenho certeza de que quando você começar, vai notar que não pode mais parar e somente vai decidir parar em busca das mesmas causas as quais começou, ou seja: em prol da humanidade, das pessoas, dos animais, dos espíritos. Ai, mera semelhança com mestres não será coincidência.

Um comentário:

Matheus Gagliano disse...

Rapá,
Você precisa reativar o blog. Mesmo que não sejam histórias sobre as experiências, mas talvez artigos. Pensa na minha sugestão aí!
Pesquisei sobre aquele assunto de "catalepsia projetiva". Muito interessante, esclarece muito aquilo que conversei com você.
Aquele abraço,
Matheus