terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Estranhas premonições, parte 2

Fatos inexplicáveis se concretizavam em realidade o que já era memória na vida do jovem Danilo. Fatos estes como um de seus últimos dias como criança no playground de seu prédio. Eram aproximadamente 17 horas quando Danilo estava jogando bola numa quadra diferente, porém no mesmo playground de seu prédio, quando ouve um sussurrar em sua cabeça: "o muro vai cair!" Ainda jogando, Danilo acha estranho aquele acontecimento, mas continua quando o mesmo se reprisa, porém agora como um grito em sua mente: "o muro vai cair!", "o muro vai cair!", "o muro vai cair!!!" Isso faz com que Danilo pare de jogar e, parado no meio da quadra, gira sua cabeça olhando o ambiente à sua volta e observa uma menina sentada no muro que separava a quadra ao lado. Devagar, Danilo começa a andar em direção ao muro que já aparentava certa idade e corrosão quando a menina decide descer do mesmo.
Como numa fração de segundos a menina se mexe para descer da grossa parede de aproximadamente 1metro e meio e ao escorregar um pouco para frente o muro atrás a acompanha. Danilo ao observar tal fato iniciar, corre assustado em sua direção, embora sem saber o que fazer ao chegar. A menina motivada pelo barulho vira-se em pânico, sem conseguir escapar, Danilo já está atrás dela com uma das mãos na parte de cima do muro enquanto o resto deste caí sobre da perna esquerda da pequena garotinha e em cima de Danilo.
Os dois jovens estão no chão com grandes pedras rachadas em cima de si. Danilo, com a adrenalina soprando em seu sangue, ergue-se, embora tenso e sujo dos destroços, e começa a retirar as pedras em cima da menina, que com grande, dor começa a gritar. O play se enche de pessoas e segundos depois uma ambulância chega para levar a garotinha ferida ao hospital para uma delicada cirurgia no fêmur fraturado. Danilo, estranhamente, sem um arranhão retorna, ao seu apartamento.
Meses se passam e Danilo permanece a buscar respostas para tantas perguntas, ainda com memória vívida daquele muro. Numa noite de semana a mesma menina do play, ainda com muletas, vai à sua casa perguntar como ele poderia ter escapado ileso depois de um muro de tamanho peso e espessura atingir eles dois? E por que ele, antes do muro começar, cair olhava na direção dela. Eram mais duas intrigantes perguntas na grande lista do jovem Danilo. Que passara a se preocupar com que poderiam pensar dele após tal incidente, agora público. Meses alguns messes se decorrem, a menina fica somente com uma grande cicatriz na coxa e se muda para outro bairro, Danilo nunca mais a encontra e ninguém mais tocara no assunto.
Algum tempo passado, em conversa com sua mãe, sobre alguns assuntos tocados por ela, Danilo faz algumas perguntas para sua mãe que não foi capaz de responder. Ela, por sua vez, não querendo deixar o filho sem respostas e lembrando que estivera num centro espírita a dias atrás, pergunta se o jovem menino se gostaria de ir até lá, Danilo, como nunca negava julgar situações, pessoas e crenças por si próprio, aceita ir sem hesitação.
Ao chegar ao local, Danilo fica sentando observando tudo aquilo quando uma mulher participante começa a observá-lo acentuadamente. Após alguns minutos a mulher com um longo vestido branco se aproxima sem mesmo conhecer Danilo ou sua mãe e diz para ele: "Olá Danilo, como vai?" O menino surpreso responde que tudo estava bem e é convidado a senta-se com a mulher. Primeiramente ela assustadoramente ensina Danilo a rezar, mas o fato assustador não foi por ensinar e sim porque ela ditou palavra a palavra que Danilo fazia em silêncio na sua mente todas as noites. As orações de Danilo eram próprias e ele nunca as revelara a ninguém. E a Médium falou toda a oração como o menino fazia mentalmente com extrema precisão, isso deixou Danilo de olhos arregalados e arrepiado. Naquele momento tal pessoa já havia conseguido o mérito necessário para falar o que iria falar para o menino, que ouviu com toda atenção a instrução dada.
Tempos se passam e Danilo repara alguns acontecimentos simples e rápidos sem mesmo se dar conta. Como quando estava a andar com amigos na rua, voltando de uma partida de futebol a noite. Ele e mais quatro amigos andavam calmamente pela rua, quando Danilo, tropeça numa pedra e para por um momento para observar seu pé. Ao retomar o passo repara que seus amigos eram abordados por 2 homens altos e escuros, Danilo, inocente a situação, se aproxima em passo acelerado para encontrar seus amigos observando os estranhos homens, que na verdade estavam assaltando e ameaçando seus amigos. Os 2 estranhos homens o observam sem nenhuma reação expressar. Para Danilo aquilo era uma situação estranha, mas ele pensava tratar-se somente de mais dois amigos do grupo que lhe acompanhava. Porém, para surpresa de todos que estavam no local, os dois estranhos homens dão alguns passos para trás quando Danilo se alinha ao grupo. Danilo, sem falar concentra um involuntário olhar, para o maior dos homens que olha para o outro e diz: "vamos embora, vamos embora, anda." Então os homens atravessam a rua em passo rápido e viram no quarteirão seguinte. Os amigos de Danilo surpresos, o abraçam, sem mesmo entender, e lhe perguntam o que ele fez. Danilo, responde com seriedade e tranqüilidade de sempre que nada fizera, somente continuou andando sem saber do que se tratava. Os amigos espantados com a situação continuam sua caminhada brincando e comentando o fato até a chegada de suas casas.
Já um pouco maior, por volta de seus 18 anos, Danilo com poucos anos de experiência ao volante, não era um rapaz que gostava de aparecer ou se emocionava com velocidade. Sem dúvida ao volante ele era uma pessoa que se transportava com amor e paciência. Certo dia ele voltava para casa e numa rua reta, já próximo de sua residência, observa o sinal, aberto para passar, estranhamente, a uma velocidade de uns 60km/h Danilo, sem saber porque, tira o pé do acelerador, e ao aproximar do cruzamento sentia como se algo faltasse ou tivesse sido colocado num local estranho ali. Quando derrepente soam gritos em sua mente: "freia, freia, freia!". Danilo, mesmo com o semáfaro no verde imprime força máxima no pedal de freio pára o carro de forma abrupta um pouco antes de cruzamento e a milímetros de seu pára-choques dianteiro passa uma pick-up, aparentemente desgovernada, mais de 80km/h furando o sinal que devia respeitar a parar. Sem dúvida alguns segundos e um estranho estímulo salvou Danilo e seu carro de virarem uma peça única.

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