sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Informação é poder, parte 1

Numa tarde de sexta-feira Danilo estava voltando para casa quando observa uma idosa para na rua. Aquilo lhe chamou a atenção para um possível auxilio que a senhora parecia necessitar. Danilo, sem querer incomodar a velha moça sem aparente motivo, desacelera seu passo de modo observá-la.
Num determinado momento a idosa coloca as mãos nos joelhos, parecendo ser um cansaço repentino, Danilo corre em direção a ela. Ao chegar, a moça já esta suspensa e responde que tudo esta bem ao rapaz. Danilo notara algo no olhar da moça, mesmo com a afirmação dela não era possível acreditar que de que se tratava de uma situação comum para ela. Então Danilo se afasta um pouco de modo a manter um olhar vigiante sob ela.
Passado alguns segundos a moça coloca uma das mãos na cabeça e tomba como se suas pernas não mais respondessem. Danilo dá outra corrida em sua direção e chega a ela a tempo de segurar sua cabeça para que não batesse no chão.
A idosa estava quase inconsciente e Danilo rapidamente, ali no meio da rua segura suas mãos e nota que estavam bem frias. Então Danilo abre a bolsa que a senhora carregava de modo a procurar um contato de algum parente que pudesse ligar. Ele encontra um celular e liga para um dos primeiro números o qual a filha da moça responde. Danilo lhe passa informações e coleta algumas outras que poderiam ser auxiliar até a chegada da filha.
Numa padaria próxima Danilo leva a moça que começa a abrir os olhos e toma água com açúcar. Segundos depois a moça esta acordada e falando. Ela explica que era diabética e estava fraca. Sua filha chegara minutos a seguir e, muito agradecida, leva sua mãe de carro para casa.
Na noite daquele dia, já mesmo tendo esquecido os acontecimentos daquela tarde Danilo se coloca a dormir. Aparentemente ele apaga e parece despertar em seu quarto. Porém com a costumeira estranheza olha em volta e vê seu corpo ainda deitado na cama, ele observa atentamente seu quarto. Tudo estava como era quando ele deitou-se para dormir. Aquilo já era de certa forma comum para ele, sem objetivo, Danilo sabia o que devia e podia fazer, então lança-se pela janela transpassando as grades da mesma. Porém, para sua surpresa, ao invés de cair, como era de costume, Danilo sente-se leve e com grande poder e isto parece fazê-lo flutuar perfeitamente.
Era uma nova experiência para ele, a sensação naquele momento, ao invés de preocupante e desesperadora era extremamente agradável. Estranhando tudo aquilo Danilo observa, à altura, sua rua, os prédios em volta e mesmo o seu corpo. Porém este apresentava uma coloração azulada o que lhe chama a atenção. Parecia uma áurea grossa e de forte cor azul anil. Ele pensa: "é isto que está me fazendo voar ou estou voando e devido a esta coloração apareceu?"
Minutos após se observar, Danilo olha para frente visualizando um ponto no horizonte e desejando alcançá-lo aquele seu corpo começa a se locomover. Danilo impressionado com aquilo começa a gostar e, lembrando do filme do super-homem, que muito gostava, volta observar o ponto e coloca as mãos para trás. Aquilo aumenta sua velocidade brutalmente e Danilo fica muito motivado, mesmo sem saber ou entender o porquê.
Os quarteirões abaixo dele passavam em frações de segundo, quando Danilo se dá conta mesmo o seu destino já havia passado a tempos. A velocidade era tão grande a ponto de Danilo não reconhecer mais nada a seu redor. Não havia vento ou sentimento, fora a uma estranha sensação de velocidade. E Danilo volta-se a perguntar como depois de tanto tempo aquilo era possível? Então volta a observar o contorno azul em seu "corpo".
Foi quando nota que a cobertura áurea azulada havia diminuído e um rastro, também azul, porém mais fraco, era deixado para trás no caminho percorrido. Danilo começa a bolar uma teoria para aquilo tudo.
Ele resolve aumentar mais ainda a velocidade e após voar por mais algum tempo pára e olha para trás. O rastro parecia demonstrar não possuir inércia e esmaecia na escuridão noturna após pouco tempo. Danilo olha para seu corpo e repara que a áurea azulada de fato havia diminuída mais que da última vez observada. Então ele levanta duas teorias restantes: ou aquilo diminuiu com o tempo ou a tal cobertura azulada era de fato uma espécie de combustível para o vôo que era consumido.
Parado no ar sobre uma cidade desconhecida Danilo se colocava a pensar como tudo aquilo agora era possível e de onde veio o "combustível?" O que houve de diferente naquela noite para ele ter "aquele poder?"
Danilo resolve aproveitar o vôo enquanto era possível e se lança sobre um lindo oceano em seu campo de visão. Sobre aquela imensidão azul escura ele voa em alta velocidade quando começa a se sentir fraco e a cair. Imediatamente olha para seu corpo e a camada azul estava fina, quase invisível. Sem dúvida não havia mais como voar. Danilo começa a cair como uma pluma e ao se aproximar do mar ele começa a ficar preocupado e agitado.
Na queda, Danilo toca o mar com certa aceleração e preocupação, ao sentir, de forma estranha, a água, não consegue nadar e parece estar afundando. Quando que parecesse sem ar para respirar Danilo acorda em sua cama com uma leve falta de ar e averigua se de fato estava acordado. Tudo indicava que sim e às 04:50h da madrugada ele levanta para lavar o rosto e reflete sobre tudo o que passou.
Na manhã daquele dia ele pensa sobre o que poderia ter feito com que ele tivesse tal habilidade à noite? O que ele fez antes de se deitar ou durante o "sonho" para ter conseguido aquilo? Embora a experiência final tenha sido assustadora, todo o vôo fora muito agradável.
Em suas lembranças Danilo não se recorda de nada diferente na noite ou mesmo no "sonho", mas ao pensar no dia lembra-se da senhora que ele ajudou. Aquele era de fato o único acontecimento diferente de tudo. Poderia se concluir que devido a uma simples ajuda tal "poder" foi despertado a noite?

Nenhum comentário: