sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

O Encontro

Anos passam-se e Danilo, agora mais crescido e experiente, procura, como todos os seres humanos, sobreviver na infeliz e difícil corrida da vida. Num mundo onde a aparente vitória é conquistada sobre a derrota de seu próximo, alguém puro e honesto pode encontrar sérias dificuldades.
Mas para Danilo, com toda sua orientação e ajuda, nada parece faltar. Não parecem existir coincidências ou acasos. E sua vida física segue como a de qualquer pessoa comum.
Porém Danilo não deixa de trabalhar seu lado espiritual, embora este tenha de ser dividido com estudos para seu crescimento e aprimoramento profissional. Orientado e querido por um grande grupo de instrução, ele aplica seus conhecimentos à sua vida material e espiritual.
As explorações, pesquisas e ajudas dele para com o mundo físico e astral, especialmente este último, tomariam uma grande guinada nas próximas experiências.
Uma noite, após certa preparação, Danilo se deita em sua cama. Mais velho, aparentemente, já não mais é tão fácil não se deixar cair no sono então, com moderada concentração, ele consegue retirar seu corpo astral de seu corpo físico.
Ao sair de seu corpo físico Danilo o observa e resolve subir através de chãos e tetos de seu prédio até encontrar o céu noturno.
Ao chegar a vários metros de altura do solo ele procura por algum conhecido, porém, estranhamente, parece não poder ver ninguém. Mas ouve a voz de seu anjo de guarda lhe oferecendo companhia. Então, Danilo, se assim fosse possível dizer, expressa um carinhoso e humilde sorriso, e ao lado de seu anjo parte em direção ao horizonte.
Durante o vôo Danilo, parecendo ainda estar em seu país, avista uma floresta e pensa por um instante em descer para observar os animais e a maravilha da vida, seu anjo reforça seu desejo perguntando a ele por que não descer? Então, com aquela estranha vontade mútua, Danilo desce e voando baixo por dentre a enorme floresta conversa com seu anjo, chamado de LEH, lhe perguntando: "por que nunca viemos aqui LEH?" O seu amigo de luz responde: "você somente agora está desejando estar aqui, mesmo após tanto tempo e descobertas em grandes distâncias, somente agora, ao acaso você sentiu vontade de descer." Sabendo que seu amigo astral sempre citava palavras com o sentido mais profundo que simples letras Danilo humildemente aumenta sua atenção no local e observa o ambiente em detalhes.
Quando em determinado momento LEH diz para ele que dali em diante ele poderia ir sozinho. Danilo estranha muito aquilo, pois LEH, como qualquer anjo de guarda, somente não iria em locais de baixa energia, ou seja locais pesados ou mesmo ruins. Danilo lhe pergunta "por quê?" e LEH lhe responde que dali ele já poderia ir sozinho.
Danilo, compreendendo o sábio uso das palavras por LEH despede-se ali de seu amigo e adentra a densa floresta. Após pouco tempo ele ouve barulhos como se de uma chuva e também de gravetos queimando. Sem muito se importar ele continua sua viagem.
Voando bem baixo e devagar ele avista alguns seres aparentemente brincando uns com os outros numa área de mato baixo. Danilo reduz mais ainda sua velocidade de modo a observar e não reconhece aqueles seres como vivos, de fato eram astrais. Pareciam-se com elementais da terra e se realmente fosse Danilo sabia que deveria ter cautela e respeito, seria o primeiro encontro dele com tais formidáveis e poderosas formas.
Porém, quando ele se aproxima mais um pouco, algo que ele julgara como uma pedra parece-lhe tocar o braço. Danilo, já por reflexo, imediatamente se cobre de energia branca e azul, porém a entidade que lhe tocara, parecida com uma pedra, parece não se importar e quando Danilo se vira para ela a pequena entidade lhe fala: "não vá lá, não vá lá!" ele fica mudo e parado por alguns instantes tentando entender a mensagem ou possíveis riscos caso à desobediência a ela.
Danilo, agora parado, volta o olhar para os pequenos seres e quando ele o faz eles o avistam. Ele imediatamente fica de certa forma preocupado, sem entender tamanhas novidades então, se aproxima muito lentamente e os seres pulando e efetuando alguns sons, mas sem correrem, descem por um declive logo a frente.
Danilo acompanha os seres enquanto a entidade parecida com pedra que ficou para trás e o advertiu anteriormente, novamente parece gritar: "não vá, não vá!" Danilo com cautela segue os seres que parecem saber que ele estava logo atrás, mas mesmo assim continuam descendo, pulando e brincado.
Após certo tempo de descida Danilo avista uma caverna escura logo abaixo de uma vegetação bastante densa. Ele procura os seres, mas desta vez somente pode ouvi-los. Danilo olha para a caverna e por um momento reluta. Ele pensa em subir procurar e conselhos com seu anjo, mas uma grande atração de entrar é sentida por ele.
Com força e coragem ele entra na escura caverna. Atento a detalhes, Danilo observa minerais brilhantes nas paredes e um pequeno rio que parece correr toda a caverna. O som dos seres parece ficar mais alto após certo tempo de "caminhada".
Derrepente ele vê uma pequena luz a frente. Parecia uma tocha e ao redor da onda de luz oriunda desta ele observa uma cadeira e ao lado esquerdo do pedestal da tocha uma forma aparentemente cinza sentada e viva sobre ela. Ele também observa próximos à cadeira os seres que avistara na floresta ainda brincando, como se uma grande felicidade fizesse parte de todo aquele local e momento.
Danilo tem um pequeno sentimento de receio quanto a tudo aquilo, então procura tentar sentir o que as entidades, o local a e situação emitem de vibração. Ali parecia emitir um sentimento de paz profunda, com alegria, motivação e uma enorme força canalizada. Era tudo muito inédito para ser entendido rapidamente e ele somente poderia continuar para descobrir tudo aquilo.
Ao se aproximar mais um pouco o ser que estava sentando este se levanta. Com isto, inexplicavelmente, Danilo caí para trás e ameaça perder o controle de seu corpo astral. Ele pensa que poderia, mesmo após tanto treinamento e conhecimento, ter sido novamente vampirizado, mas mesmo assim ainda era diferente.
Ainda do chão, Danilo observa os seres ainda brincando e correndo por toda parte quando nota os pés descalços e bem definidos da estranha entidade que trazia uma bengala de madeira muito velha. A entidade pára de frente ele e Danilo, embora parecer poder se levantar, espera para fazê-lo.
Danilo se sente um pouco estranho e, ainda no chão, parece estar anestesiado e ali fica por alguns instantes. A entidade de pé em frente à sua região da cabeça, ali permanece. Danilo observando os pés e a bengala, repara o ambiente se transformar e reconhece como sendo seu quarto. Ele estava acordando lentamente. Foi o retorno de uma viagem mais suave que ele já sentira. Ele acorda em seu quarto com um ótimo sentimento de paz, mas triste por sua aventura ter sido interrompida, embora certo de que saberia encontrar o local novamente na próxima viagem.

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