sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

O início do verdadeiro treinamento

Após alguns dias, Danilo, muito motivado para reencontrar seu recentemente apresentado mestre, senta-se na areia de uma praia e coloca-se a pensar sobre a vida e se faz diversas perguntas. Ele as fixa em sua mente de modo não esquecê-las no próximo encontro.
No retorno da praia Danilo observa, como nunca antes, uma velha senhora mendigando e mais a frente um corpo, vítima de homicídio. Estas duas visões o entristecem muito e o fazem pensar, refletir e questionar muitas coisas sobre crenças, acontecimentos, dogmas, estilos de vida etc.
Mal ele sabia que a partir do momento que ele começa a se desligar do mundo, observando-o um outro ponto de vista. Diversas coisas lhe "serão mostradas" e Danilo vai gradativamente despertando perguntas em sua mente.
Na noite do mesmo dia Danilo tem dificuldades em se projetar consciente, mas na noite seguinte, curiosamente, desperta em projeção já dentro da caverna com a entidade lhe observando. Imediatamente ele lembra da partida da última projeção que ocorreu no mesmo local, posição e situação. Danilo acha aquilo muito intrigante e entrega-se para instrução.
A primeira coisa que a entidade defere a Danilo é uma curiosa exclamação: "então vamos, pergunte!" Danilo sorrindo diante do imenso saber da entidade tenta organizar suas idéias de forma ser capaz de gerar uma boa pergunta quando a entidade começa: "não se esforce tanto meu irmão, não será numa única geração que conhecerás tudo e, mesmo que o faça, tudo nem sempre será suficiente ou mesmo inédito para você." Danilo pensa por um tempo procurando entender perfeitamente as sabias palavras do mestre.
Danilo faz sua primeira pergunta: "como devo chamá-lo?" O mestre sorri e ironicamente lhe fala: "ah sim, isso é importante! Do que gostaria de me chamar?" Danilo sorri meio desconcertadamente e diz não saber, então o mestre continua: "Já que não sabes, me chamarás de ALDBN." Danilo repete o nome e contente se concentra para não esquecer mais.
ALDBN começa: "primeiro, meu filho, não se preocupe em me encontrar, lembrar ou não. O conhecimento será passado como tem sido feito há muito tempo, não depende de meios, mas, somente da vontade. Então, não se perdure por preocupações, medos, dúvidas e outrem. Várias das coisas que eu estarei lhe contando já lhe foram passadas, assim, como a muitos deste plano, bastará uma pequena chama para aflorar uma série de perguntas, questionamentos e procuras." Danilo muito empolgado continua ouvindo atentamente.
O mestre pergunta a Danilo: "o que lhe incomoda hoje?" Danilo imediatamente lembra das pessoas que viu durante o dia anterior e, sem que ele tenha de dizer, o mestre começa: "Ah sim! A grande roda da vida... Neste momento o mais difícil é escolher um ponto de partida, mas se eu lhe explicar de tudo apenas um pouco você entenderá. Você, como vários seres neste plano, já possuem a resposta dentro de si, basta somente um estímulo para elas germinarem. Então vou deixar que faça sua pergunta." Neste momento Danilo se recorda do homicídio ocorrido, este era o segundo e último entristecedor fato visto. E Danilo, sabendo que o mestre saberia o que ele iria perguntar, faz a pergunta lembrando do corpo visto no chão a beira da estrada de onde passara durante o dia anterior: "por quê?"
O mestre começa: "Ah sim... Por quê? Isso já o bastante para uma longa conversa hoje. Vou lhe contar a pontinha do iceberg. Por que existe o mal? Por que as coisas são difíceis e/ou complicadas, por que doenças, por que pragas, por que tudo não é simplesmente perfeito? Bem, meu caro irmão, existe muito a se dizer e refletir sobre tudo isso..."
"Primeiramente deve ser entendido o que é mal. E para quem existe o mal ou onde este se manifesta? Concorda comigo que se vocês falam que Deus é pura bondade e fez o mundo? Então, como poderia haver o mal? E qual a referência para o que é mal? Sobre este assunto teremos de falar sobre energias, carma e padmas."
"Mas vamos hoje somente olhar por cima e para isto devemos retornar ao nosso assunto sobre a jornada da vida para podemos definhar sobre a grande roda evolutiva. Então se uma forma divina é emancipada do criador como pode haver mal em sua caminhada de volta a Ele? E eu pergunto a você: quando começa a ocorrer algo que não deveria? Quando que as mudanças fora do esperado ocorrem?" O mestre pára aguardando reflexão de Danilo, que pensa um pouco e responde: "a escolha? Com a escolha eles podem tomar decisões certas ou erradas." O mestre sorri balançando a cabeça em sinal positivo e continua: "muito bem Danilo. Escolha é uma boa palavra, mas todas as formas de vida a possuem. O que distancia o ser humano é sua capacidade de escolha e pensar. Resumindo aqui: o livre arbítrio."
"Você concorda comigo que os animais também são capazes de amar? Eles assim o fazem por ser algo instintivo e é o mesmo instinto que o diz quando devem reagir a determinadas situações e até mesmo matar outro ser para comer. Mas o que os seres humanos fazem para determinar suas escolhas? Isso parte de um ponto que a escolha é motivada por uma série de prerrogativas, as quais podem ser para si mesmas ou não. Este é o limiar para o início de nossa definição, é ai que grandes mestres sempre falavam. O momento da escolha não para si próprio e sim para outrem. A partir do momento que o ser humano começa a efetuar escolhas para si próprio o mal, por assim dizer, se inicia."
"Com isso já podemos compreender que o mal é algo criado por seres de consciência própria, dotados do livre arbítrio que fazem escolhas oriundas de sentimentos baixos, ou seja, para si mesmos. Mas a pergunta que quero fazer a você meu caro irmão é por que ele ainda existe e por que ele é importante para o bem?"
Danilo pensa por algum tempo, tentando entender tudo aquilo, e responde: "sem o mal não reconheceríamos o bem?" O mestre novamente sorri e continua: "viu meu irmãozinho, tudo já está em sua mente o que estamos fazendo aqui é somente estimulando sua memória. Mas vamos até o fundo da toca para não deixarmos dúvidas. Sua resposta foi muito boa e se aplica em massa neste plano. Para muitos, é através do mal que é reconhecido o valor da bondade, da importância de se lutar por pessoas, animais, vegetais, minerais e as mais diversas boas e sábias causas."
"Podemos então definir o mal como um estado temporário alimentado ou motivado por algo, ou mesmo por alguma energia. O solo é fértil para a cultivação e reprodução deste, mas ele não passa de um estado temporário para quem ou o que for. Ele, em si, não é algo que deva preocupar um grande número de pessoas, dependendo do que se entenda dele. O mal, para os grandes mestres que já caminharam sobre este planeta, tratava-se de uma escuridão na mente dos seres humanos. E assim foi associada devido à falta de visão ou escolha do que era correto, mas é somente um estado, onde alguns passam por não serem capazes de, naquele momento, enxergar ou praticar o que é certo."
"Em nosso próximo encontro vou lhe contar uma estória que até hoje se repete muito. Espero que ela lhe dê uma diferente visão do que vocês classificam como mal. Sei do número de suas perguntas, mas se eu fosse somente respondê-las estaria abrindo as portas para mais e você jamais entenderia o assunto em sua plenitude."
Danilo, entristecido, pois estava muito ansioso para aprender mais, levanta e concentra-se para seu retorno. Desta vez ele acorda em sua cama ainda na madrugada. Então bebe um pouco de água e volta a se deitar. Estranhamente ele acorda pela manhã sem recordações da segunda parte do sono. Fica uma dúvida sobre a consciência de sua projeção na segunda parte da noite. Mas logo cedo, muito eufórico, ele toma papel e caneta para anotar as preciosas informações do mestre recém apresentado.

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